Sublime e doce anjo da noite.
Quando volver-te-ei em meu manto?
Poderia um humano cativar-te?
Os portões são densos, mas a recompensa existe?
Mas o que há além que não poderia saber?
Conte-me seus segredos, permita-me decifrar-te;
Podemos bailar pelos céus, repousar nas estrelas;
Caçar sonhos nas nuvens, e esconder-nos do sol;
Sussurre nos meus ouvidos, prometo não revelarei;
Sabe de minha integridade? Confias em mim?
Aproxime-se, só lhe farei o que me permitir;
Estou aqui em baixo, mas imagino-me ai;
Estou entre animais, mas desejo a superioridade;
Venha, me tome e me leve. Serei seu...
segunda-feira, 6 de abril de 2009
Só Enquanto eu Puder
Por hoje me deixarei sem isso,
Nesse instante viajo,
Sensação inata,
Querer não é poder,
Melhor será que se entregue,
Por quê? Por quê? Por quê?
Esse eco é para mim?
Esse repetição desenfreada de ofensas, são de quem?
Poderei eu sorrir?
Devo crer nas palavras?
Pediste que não te abandonasse, permaneço aqui, mas e você?
Quem te tortura? Te injuriam? O que posso eu fazer?
Me ajude, me indique o caminho, mesmo que seja aquele que me afasta, mas não se cale.
Quem roubou nossa coragem?
A escuridão será pior que essa nuvem cinza, mas por enquanto somos livres ainda.
Me reviro, me calo, penso e nada.
Enquanto houver forças, lutarei.
O sacrifício é sagrado, e se necessário existirá.
Não posso me conter, lutarei e morrerei...
Nesse instante viajo,
Sensação inata,
Querer não é poder,
Melhor será que se entregue,
Por quê? Por quê? Por quê?
Esse eco é para mim?
Esse repetição desenfreada de ofensas, são de quem?
Poderei eu sorrir?
Devo crer nas palavras?
Pediste que não te abandonasse, permaneço aqui, mas e você?
Quem te tortura? Te injuriam? O que posso eu fazer?
Me ajude, me indique o caminho, mesmo que seja aquele que me afasta, mas não se cale.
Quem roubou nossa coragem?
A escuridão será pior que essa nuvem cinza, mas por enquanto somos livres ainda.
Me reviro, me calo, penso e nada.
Enquanto houver forças, lutarei.
O sacrifício é sagrado, e se necessário existirá.
Não posso me conter, lutarei e morrerei...
Amigos
Eu tenho amigos, sim tenho amigos de todos os tipos, tamanhos, formas, cores, sabores, odores, opiniões, religiões, tradições, e paixões.
Conheço amigos que moram aqui com os pais, outros que moram ali com avós, e uns tantos que moram lá longe sabe Deus com quem.
Eu tenho amigos solteiros e casados, ríspidos e apaixonados, lerdos e ligeiros, sarados e feios, uns que falo muito pouco, mas que estão no coração e outros que vejo sempre, mas sempre me surpreenderão.
Eu conheço alcoólatras e diabéticos, atletas e sedentários, inteligentes e desprovidos, altos e baixinhos, gordos e magrinhos, químicos e viciados em química, professores e alunos, depressivos e psicólogos, pagodeiros e roqueiros, rappers e entusiastas, policiais e ladrões, padrões de beleza e dragões, uns muito bem sucedidos e outros atolados, chefes e empregados, loirinhos e negrinhos, ruivinhos e transparentes, padres e pastores, HareKrishinas e ateus, ninfomaníacos e virgens, gays e homofóbicos, jogadores de futebol e de vídeo game, jovens e idosos, estudantes e funcionais, brasileiros e internacionais.
Com muitos estive pessoalmente, apenas alguns são imaginários ou virtuais. Conheço românticos e ogros, cantores e atores, bailarinos e comissários, publicitários e médicos, críticos e criticados.
Uns chamo apenas amigos, outros pai e mãe, madrinha e padrinho, afilhado e cunhado. Em cada um encontro uma peculiaridade e todos me agregam positivamente e me trazem prosperidade e muita felicidade. Cada um com seu jeito, humor, assunto, manias, tiques, gírias, vestimentas e relacionamentos. Sei lidar com todos, muitos se afastam e se aproximam. Mas o que todos eles têm em comum é um amigo, sim todos conhecem um cara mais ou menos assim: Que ama projetos novos. Extremamente criativo, que se adapta a qualquer situação, mas que é muito precipitado, não é raro que fale algo a você e depois queira se desculpar. Que possui natureza agressivamente extrovertida, sinceridade, curiosidade e jovialidade, inocência e resiliência, que é bastante ingênuo, porém com espírito inquieto e selvagem às vezes, que odeia injustiças e que sempre quer fazer algo em pról dos outros, muito revolucionário e tem espírito forte, corajoso que não tem medo de nada que apareça em seu caminho, no entanto, bastante individualista, que possui dificuldades em confiar nas pessoas e apesar de ter muitos amigos, são poucos os que realmente confia, raramente se apega aos outros, não guarda mágoas, mas para evitar se magoar novamente, prefere cortar a relação de uma vez por todas, por isso, cuidado quando feri-lo por que é uma vez só. Esse cara erra muito e se arrepende, tenta ser perfeito mas não consegue, mas que acima de tudo prima muito pela amizade, que valoriza ao último seus companheiros, que estará do lado sempre, que se esforça por faze-los felizes, que nega aos seus principios desejos e ambições para auxiliar alguém que merece, e ainda assim é imperfeito.
Peço a todos os meus amigos de verdade que cuidem do cara que eles tem em comum como amigo. Ele precisa muito.
Conheço amigos que moram aqui com os pais, outros que moram ali com avós, e uns tantos que moram lá longe sabe Deus com quem.
Eu tenho amigos solteiros e casados, ríspidos e apaixonados, lerdos e ligeiros, sarados e feios, uns que falo muito pouco, mas que estão no coração e outros que vejo sempre, mas sempre me surpreenderão.
Eu conheço alcoólatras e diabéticos, atletas e sedentários, inteligentes e desprovidos, altos e baixinhos, gordos e magrinhos, químicos e viciados em química, professores e alunos, depressivos e psicólogos, pagodeiros e roqueiros, rappers e entusiastas, policiais e ladrões, padrões de beleza e dragões, uns muito bem sucedidos e outros atolados, chefes e empregados, loirinhos e negrinhos, ruivinhos e transparentes, padres e pastores, HareKrishinas e ateus, ninfomaníacos e virgens, gays e homofóbicos, jogadores de futebol e de vídeo game, jovens e idosos, estudantes e funcionais, brasileiros e internacionais.
Com muitos estive pessoalmente, apenas alguns são imaginários ou virtuais. Conheço românticos e ogros, cantores e atores, bailarinos e comissários, publicitários e médicos, críticos e criticados.
Uns chamo apenas amigos, outros pai e mãe, madrinha e padrinho, afilhado e cunhado. Em cada um encontro uma peculiaridade e todos me agregam positivamente e me trazem prosperidade e muita felicidade. Cada um com seu jeito, humor, assunto, manias, tiques, gírias, vestimentas e relacionamentos. Sei lidar com todos, muitos se afastam e se aproximam. Mas o que todos eles têm em comum é um amigo, sim todos conhecem um cara mais ou menos assim: Que ama projetos novos. Extremamente criativo, que se adapta a qualquer situação, mas que é muito precipitado, não é raro que fale algo a você e depois queira se desculpar. Que possui natureza agressivamente extrovertida, sinceridade, curiosidade e jovialidade, inocência e resiliência, que é bastante ingênuo, porém com espírito inquieto e selvagem às vezes, que odeia injustiças e que sempre quer fazer algo em pról dos outros, muito revolucionário e tem espírito forte, corajoso que não tem medo de nada que apareça em seu caminho, no entanto, bastante individualista, que possui dificuldades em confiar nas pessoas e apesar de ter muitos amigos, são poucos os que realmente confia, raramente se apega aos outros, não guarda mágoas, mas para evitar se magoar novamente, prefere cortar a relação de uma vez por todas, por isso, cuidado quando feri-lo por que é uma vez só. Esse cara erra muito e se arrepende, tenta ser perfeito mas não consegue, mas que acima de tudo prima muito pela amizade, que valoriza ao último seus companheiros, que estará do lado sempre, que se esforça por faze-los felizes, que nega aos seus principios desejos e ambições para auxiliar alguém que merece, e ainda assim é imperfeito.
Peço a todos os meus amigos de verdade que cuidem do cara que eles tem em comum como amigo. Ele precisa muito.
domingo, 5 de abril de 2009
Vamos Acordar
Quer dizer que minhas palavras são em vão...
Significa que me equivoco a cada frase que compõe meu texto e a cada palavra que formam meus pensamentos?
Penso que acho que sei o que leio, acredito que sei como responder as inquietações, mas estou errado...
Não é pra mim, nunca foi pra mim... Me engano imensamente ao achar que poderia ser, ou me engano ao pensar que realmente não é? E se torna uma dúvida obscura que destruirá noites de sono.
Não sei, na verdade nem sei quem sou, não sei mais o que querer, só sei o que não quero, não entendo como tudo acontece, não conheço as regras da vida, conspiram contra mim e cospem na minha cara, quero ter a certeza do caminho mas os raios de sol que outrora me aqueciam, hoje me cegam.
Um sabor quente de sangue desce pela garganta e rasga o peito a fora, a sensação de inutilidade cresce e quase que não cabe em mim, explode, ganha dimensão atômica, suga tudo ao redor e some.
Quer saber? Farei como deve ser feito, deixarei como o vento tem soprando ultimamente, não estou me escondendo, estou me resguardando, estou mutando, estou ganhando forças, não recuo eu observo, não desisto mudo temporariamente de estratégia, não temo eu respeito, não sangro eu renovo os fluidos, já não morro me transformo em algo muito mais terrível, na lembrança do que nunca foi, na sombra que incomoda e te faz se sentir perseguido.
Sabe quem sou? Sabe onde estou? Sabe do que sou capaz? Sabe o que tenho a perder? Não me conhece, ninguém me conhece, nem nos reconhecemos como pode pensar que pensa que sabe quem sou... Já não sou eu mesmo, já não sou como ontem, e nem mesmo serei assim amanhã.
Nós despertamos, e o pesado é real...
Significa que me equivoco a cada frase que compõe meu texto e a cada palavra que formam meus pensamentos?
Penso que acho que sei o que leio, acredito que sei como responder as inquietações, mas estou errado...
Não é pra mim, nunca foi pra mim... Me engano imensamente ao achar que poderia ser, ou me engano ao pensar que realmente não é? E se torna uma dúvida obscura que destruirá noites de sono.
Não sei, na verdade nem sei quem sou, não sei mais o que querer, só sei o que não quero, não entendo como tudo acontece, não conheço as regras da vida, conspiram contra mim e cospem na minha cara, quero ter a certeza do caminho mas os raios de sol que outrora me aqueciam, hoje me cegam.
Um sabor quente de sangue desce pela garganta e rasga o peito a fora, a sensação de inutilidade cresce e quase que não cabe em mim, explode, ganha dimensão atômica, suga tudo ao redor e some.
Quer saber? Farei como deve ser feito, deixarei como o vento tem soprando ultimamente, não estou me escondendo, estou me resguardando, estou mutando, estou ganhando forças, não recuo eu observo, não desisto mudo temporariamente de estratégia, não temo eu respeito, não sangro eu renovo os fluidos, já não morro me transformo em algo muito mais terrível, na lembrança do que nunca foi, na sombra que incomoda e te faz se sentir perseguido.
Sabe quem sou? Sabe onde estou? Sabe do que sou capaz? Sabe o que tenho a perder? Não me conhece, ninguém me conhece, nem nos reconhecemos como pode pensar que pensa que sabe quem sou... Já não sou eu mesmo, já não sou como ontem, e nem mesmo serei assim amanhã.
Nós despertamos, e o pesado é real...
sábado, 4 de abril de 2009
I ato - Segunda Pessoa
Eu sempre fui blindado, meu espírito inquieto me leva a constantes mudanças, mas não me abalo facilmente, vaguei pelos quatro cantos do mundo, eu o conheço, sei de suas leis, eu o domino, sou parte dele, mas não sou dele. Buscava soluções praticas para resolução de minhas utopias, me remoia por não encontrá-las, estive acompanhado muitas vezes, mas quando a noite acabava eu me encontrava vazio.
Minha parte restante não estava por onde andei, minha vida não tinha cor, nem calor, queria me preencher de algo que não sabia o que era e nem onde encontrar, vagar por caminhos tortuosos me trouxe experiência, mas nenhuma resposta concisa. A força faltava e a esperança fraquejava, estava desprotegido e andando por novos caminhos no limiar extremo, onde ninguém jamais esteve.
A fronteira psicológica que barrava até então todos os seres estava diante de mim, mas já estava tão fraco, tão desgastado, necessitando de repouso que não me importei por permanecer por alguns instantes ali, onde ninguém jamais esteve, ou jamais tinha se mostrado até então, repentinamente fui surpreendido por uma imagem no espelho, aquele reflexo não me conhecia e eu não conhecia ele. Fiquei estático, até então não havia estado em tal situação, mas logo passei a compreender o que o reflexo me dizia, ele era uma consciência para mim. Suas metáforas me faziam ver tudo por outro ângulo.
Meu semblante já melhorará, eu podia sorrir e o reflexo sorria, conseguia ser eu mesmo, não usava minha carapaça, que antes feria os demais, mas eu precisava ir, não podia ficar, no entanto sabia onde a consciência estaria me esperando, o reflexo no limite do mundo. Eu caminhava e olhava para trás, até que meus olhos não o avistassem mais, queria voltar naquele instante e prometi que voltaria quando pudesse.
Vaguei novamente, dessa vez eu era mais forte e muito mais confiante, já não levava a carapaça, tudo que via não me agregava tanto quanto o reflexo, aquela consciência paralela presa em um espelho no limite do meu mundo, eu queria tira-la de lá, eu queria que ela pudesse ter movimentos próprios, ela não podia permanecer ali pra sempre, do outro lado onde eu jamais poderia estar. Mal podia me conter, voltei e lá estava a consciência que não abandonava meus pensamentos. Eu tentava trazê-la para meu lado, juntos nos esforçamos, mas era praticamente impossível, aquela barreira que por séculos separava dimensões era muito resistente e eu me feri.
Eu estava no mundo, era parte dele e a consciência era refém do limiar, pensei muito como fazer para que a barreira se rompesse sem a necessidade de conflitos entre mundos, nenhuma solução pacifica se mostrava, e para evitar problemas resolvi sair. Eu tinha que estar em outros lugares não visitados, minhas perguntas não tinham respostas por inteiro e eu não podia permanecer ali, tão perto e sem tocar a imagem presa no nada. Retirei-me, isso me corroia e eu fui dessa vez sem olhar para trás, só que as dúvidas aumentaram, as certezas viraram incertezas, sentia que deveria estar junto da consciência e não longe dela, não importa onde ela estivesse eu precisa da sua presença. Voltei e tudo foi mais claro dessa vez, as respostas vinham, o quebra-cabeça se montava rapidamente com nosso contato diário.
Estávamos chegando as conclusões obvias, precisei me distanciar por conta de alguns pequenos detalhes e quando voltei não pude acreditar, ao invés de uma consciência solitária, mas que sempre me aguardava imitando meu sorriso eu encontrei uma imagem amarrada, distorcida em espelho, seu semblante de dor me incomodava, ela parecia estar sofrendo muito. De perto pude perceber que quem a amarrava e vigiava eram os próprios criadores dela, as autoridades que dividiam os mundos dessa vez me torturavam, não deixando que eu me aproximasse um pouco mais da minha imagem. Cai de joelhos estava inerte e impotente diante de tal situação, fui ameaçado, as palavras que me apontavam feriram mais que armas mortais, as pressas deixei o limiar e o espelho, meu reflexo, minha consciência triste ferida e solitária, cercada de carrascos desumanos, eu fugi para longe. Hoje estou me recompondo, criando estratégias, arquitetando planos gigantescos que incluem todo tipo de argumentos. Hoje visto minha antiga carapaça que não serve mais para ferir ou outros, apenas para me proteger.
Graças a minha consciência palavras que não existiam em meu dicionário ganharam significado intenso e hoje vivo um pouco mais completo, cheio de seus ensinamentos, porém sem a sua presença aqui comigo, nem mesmo na calada da noite posso visitá-la, não sei como está, mas sei como quero que ela fique.
Compreendo perfeitamente a sinceridade em todas as palavras, peço perdão pela força que me faltou no momento eu que deveria ter feito algo a mais que apenas fugir para evitar o conflito.
No entanto não descansarei enquanto não lhe for oferecido o justo e necessário para a sua felicidade.
Minha parte restante não estava por onde andei, minha vida não tinha cor, nem calor, queria me preencher de algo que não sabia o que era e nem onde encontrar, vagar por caminhos tortuosos me trouxe experiência, mas nenhuma resposta concisa. A força faltava e a esperança fraquejava, estava desprotegido e andando por novos caminhos no limiar extremo, onde ninguém jamais esteve.
A fronteira psicológica que barrava até então todos os seres estava diante de mim, mas já estava tão fraco, tão desgastado, necessitando de repouso que não me importei por permanecer por alguns instantes ali, onde ninguém jamais esteve, ou jamais tinha se mostrado até então, repentinamente fui surpreendido por uma imagem no espelho, aquele reflexo não me conhecia e eu não conhecia ele. Fiquei estático, até então não havia estado em tal situação, mas logo passei a compreender o que o reflexo me dizia, ele era uma consciência para mim. Suas metáforas me faziam ver tudo por outro ângulo.
Meu semblante já melhorará, eu podia sorrir e o reflexo sorria, conseguia ser eu mesmo, não usava minha carapaça, que antes feria os demais, mas eu precisava ir, não podia ficar, no entanto sabia onde a consciência estaria me esperando, o reflexo no limite do mundo. Eu caminhava e olhava para trás, até que meus olhos não o avistassem mais, queria voltar naquele instante e prometi que voltaria quando pudesse.
Vaguei novamente, dessa vez eu era mais forte e muito mais confiante, já não levava a carapaça, tudo que via não me agregava tanto quanto o reflexo, aquela consciência paralela presa em um espelho no limite do meu mundo, eu queria tira-la de lá, eu queria que ela pudesse ter movimentos próprios, ela não podia permanecer ali pra sempre, do outro lado onde eu jamais poderia estar. Mal podia me conter, voltei e lá estava a consciência que não abandonava meus pensamentos. Eu tentava trazê-la para meu lado, juntos nos esforçamos, mas era praticamente impossível, aquela barreira que por séculos separava dimensões era muito resistente e eu me feri.
Eu estava no mundo, era parte dele e a consciência era refém do limiar, pensei muito como fazer para que a barreira se rompesse sem a necessidade de conflitos entre mundos, nenhuma solução pacifica se mostrava, e para evitar problemas resolvi sair. Eu tinha que estar em outros lugares não visitados, minhas perguntas não tinham respostas por inteiro e eu não podia permanecer ali, tão perto e sem tocar a imagem presa no nada. Retirei-me, isso me corroia e eu fui dessa vez sem olhar para trás, só que as dúvidas aumentaram, as certezas viraram incertezas, sentia que deveria estar junto da consciência e não longe dela, não importa onde ela estivesse eu precisa da sua presença. Voltei e tudo foi mais claro dessa vez, as respostas vinham, o quebra-cabeça se montava rapidamente com nosso contato diário.
Estávamos chegando as conclusões obvias, precisei me distanciar por conta de alguns pequenos detalhes e quando voltei não pude acreditar, ao invés de uma consciência solitária, mas que sempre me aguardava imitando meu sorriso eu encontrei uma imagem amarrada, distorcida em espelho, seu semblante de dor me incomodava, ela parecia estar sofrendo muito. De perto pude perceber que quem a amarrava e vigiava eram os próprios criadores dela, as autoridades que dividiam os mundos dessa vez me torturavam, não deixando que eu me aproximasse um pouco mais da minha imagem. Cai de joelhos estava inerte e impotente diante de tal situação, fui ameaçado, as palavras que me apontavam feriram mais que armas mortais, as pressas deixei o limiar e o espelho, meu reflexo, minha consciência triste ferida e solitária, cercada de carrascos desumanos, eu fugi para longe. Hoje estou me recompondo, criando estratégias, arquitetando planos gigantescos que incluem todo tipo de argumentos. Hoje visto minha antiga carapaça que não serve mais para ferir ou outros, apenas para me proteger.
Graças a minha consciência palavras que não existiam em meu dicionário ganharam significado intenso e hoje vivo um pouco mais completo, cheio de seus ensinamentos, porém sem a sua presença aqui comigo, nem mesmo na calada da noite posso visitá-la, não sei como está, mas sei como quero que ela fique.
Compreendo perfeitamente a sinceridade em todas as palavras, peço perdão pela força que me faltou no momento eu que deveria ter feito algo a mais que apenas fugir para evitar o conflito.
No entanto não descansarei enquanto não lhe for oferecido o justo e necessário para a sua felicidade.
Tragédia Grega
Afrodite e cupido resolveram pregar uma peça no jovem guerreiro de olhar de águia que tinha como meta residir entre cristais no Olimpo. A força que mais parecia de Hefesto voou tão rápido quantos Hermes e pela flecha caiu como Ícaro ao tocar a carruagem de fogo. Sentiu-se como Prometeu, amarrado na rocha fria, sendo visitado pela ave que lhe dilacerava, tinha qualquer semelhança com Atlas sustentando sobre seu dorso todo o peso e responsabilidade da humanidade, mas ele não se abateu, com a garra e esperança que apenas os jovens trazem e com a gana daqueles de sua aldeia lutou, sentia-se impotente como que diante de todos os titans, como se tentasse vencer Posseidon dentro dos mares, ele lutou, tentou fincar suas raízes em outros campos mas Gaia não lhe permitiu. Quando já não mais resistia, seu corpo já sem forças recusa a obedecer, quando qualquer um já teria caído ele levantou-se num esforço sobre humano bradou o mais assustador uivo que afugentou Cérbero e o próprio Hades nos confins sombrios. Ele lamentava por Cronos não lhe conceder instantes a mais e com seu grunhido um romper de tímpanos grave e límpido que resumia o ódio, amor, dor e esperança que mantinha dentro de si. Ajoelhou-se, já há mais nada que lhe faça parecer com o que foi um dia, caiu e transformou-se em nada. Mas até hoje pode ser ouvido em todos os lugares, o eco de seus sentimentos está nas cavernas sombrias, nos mares congelados, no vento que corta ou na brisa que conforta, no que já machucou e no está por vir, revela-se no sorriso da criança e sabedoria do idoso. As próprias amazonas o respeitam, os caçadores o temem, e os injustos apavoram-se em pensar na possibilidade de encontrá-lo. Mas ninguém sabe do paradeiro do jovem que queria ter o mundo e o perdeu por uma brincadeira dos deuses, que tentou lutar e permanecer forte, mas que não conteve seus instintos humanos e primários.
quinta-feira, 2 de abril de 2009
Legião
O Brasil é o país do futuro Do ventre nasce um novo coração Uma guerra sempre avança Nos escondemos mais e mais Quantas crianças foram mortas dessa vez? O que é que desvirtua e ensina? Eu quero ver-te em sangue e ser teu credor Eu me sinto tão sozinho De você fiz o desenho mais perfeito que se fez Vamos dar um tempo, um dia a gente se vê Aonde foi que deixamos a nossa coragem? A juventude sofre e ninguém parece perceber O menino solitário que quer ter o que não pode E essa é a razão dos meus olhos estarem fechados Nada mais vai me ferir Vai ver que já não sei quem sou Quem inventou o amor? Olhar os pobres, e os ricos e os ladrões Tua indecência não serve mais Já estou cheio de me sentir vazio Lhes dê grandeza e um pouco de coragem Com o mal mais tarde você vai ter de viver Sono profundo altera seus sentidos Cupido, por favor, acerte sua flecha em mim E quando os antidepressivos e os calmantes não fazem mais efeito Sou eu mesmo e serei eu mesmo então O que eu não tenho eu quero ter O que fizeram com você? E eu sei que a tua correnteza não tem direção Com a faca surda que a fé sujou Só esse desespero Por causa de um coração partido Sai de mim, não gosto de ser rejeitado Tentei chorar e não consegui É só você quem deve decidir o que fazer...
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