sábado, 4 de abril de 2009
Tragédia Grega
Afrodite e cupido resolveram pregar uma peça no jovem guerreiro de olhar de águia que tinha como meta residir entre cristais no Olimpo. A força que mais parecia de Hefesto voou tão rápido quantos Hermes e pela flecha caiu como Ícaro ao tocar a carruagem de fogo. Sentiu-se como Prometeu, amarrado na rocha fria, sendo visitado pela ave que lhe dilacerava, tinha qualquer semelhança com Atlas sustentando sobre seu dorso todo o peso e responsabilidade da humanidade, mas ele não se abateu, com a garra e esperança que apenas os jovens trazem e com a gana daqueles de sua aldeia lutou, sentia-se impotente como que diante de todos os titans, como se tentasse vencer Posseidon dentro dos mares, ele lutou, tentou fincar suas raízes em outros campos mas Gaia não lhe permitiu. Quando já não mais resistia, seu corpo já sem forças recusa a obedecer, quando qualquer um já teria caído ele levantou-se num esforço sobre humano bradou o mais assustador uivo que afugentou Cérbero e o próprio Hades nos confins sombrios. Ele lamentava por Cronos não lhe conceder instantes a mais e com seu grunhido um romper de tímpanos grave e límpido que resumia o ódio, amor, dor e esperança que mantinha dentro de si. Ajoelhou-se, já há mais nada que lhe faça parecer com o que foi um dia, caiu e transformou-se em nada. Mas até hoje pode ser ouvido em todos os lugares, o eco de seus sentimentos está nas cavernas sombrias, nos mares congelados, no vento que corta ou na brisa que conforta, no que já machucou e no está por vir, revela-se no sorriso da criança e sabedoria do idoso. As próprias amazonas o respeitam, os caçadores o temem, e os injustos apavoram-se em pensar na possibilidade de encontrá-lo. Mas ninguém sabe do paradeiro do jovem que queria ter o mundo e o perdeu por uma brincadeira dos deuses, que tentou lutar e permanecer forte, mas que não conteve seus instintos humanos e primários.
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